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Camaro SS: andamos em um exemplar exclusivo no país

Camaro SS

Os muscle cars sacudiram o mercado norte-americano em meados da década de 60. Dez anos mais tarde, a crise do petróleo tirou os beberrões das ruas. E eles deixaram saudades. A rivalidade entre Mopar, Ford e Chevrolet fez nascer uma tradição que foi passada de pai pra filho.

2010

6,2 litros

Sigla mágica

Nostalgia

Brembo

VÍDEO

Mas o mundo dá voltas. E como. A nostalgia contagiou os designers e algum santo automotivo, que provavelmente aprecia os carrões tanto quanto nós, resolveu abençoar projetos que estavam na gaveta. A Ford deu o passo inicial com o Mustang inspirado no espírito de pony car. Logo depois, o Challenger voltou à ativa. E por último, o Camaro chegou para reviver a briga do passado, com tecnologia e a mesma sede de asfalto dos antecessores.

Curiosamente falei do Chevrolet nessa semana. No sábado, fiquei frente a frente com o SS. Chegando ao local do encontro, descemos ao subsolo e o mito descansava debaixo de uma capa plástica. O coração pulou no peito. A cobertura foi sendo retirada e o desenho retrô surgiu vagarosamente diante dos meus olhos. As faixas brancas formam um conjunto harmonioso com a tonalidade azul da carroceria, a mesma do catálogo de quarenta anos atrás.

Ganhamos a rua e o esportivo se destaca no trânsito. Algumas crianças olham com curiosidade, talvez pensando que ele vá se transformar em um robô, como no filme dos Transformers. Bom, talvez o botão para que isso aconteça até estivesse em algum lugar no painel. Mas nem tive tempo de ver.

O Camaro é confortável. Por incrível que pareça, as rodas de 20 polegadas e a suspensão formam um conjunto tão perfeito que consegue amenizar os buracos e irregularidades do nosso asfalto. Ótimo sinal. Dentro do carro, o painel cresce à frente do motorista e o pára-brisa é pequeno, formando um desenho uniforme com o teto baixo.

Os bancos são – verdadeiramente – macios como poltronas. No caso desse exemplar, revestidos de tecido, mas que nos remetem a versões antigas pela textura. Outro detalhe fantástico está nos mostradores, em milhas e quilômetros por hora, com clara inspiração no passado.

Bom, chegou a hora de pisar fundo. O motor do SS é um V8, com nada menos do que 6,2 litros e 426 cv brutos. O câmbio manual de seis marchas tem trocas suaves e torque abundante. É possível, inclusive, utilizar a sexta marcha como overdrive. Uma pisada mais decidida libera o ronco da cavalaria, mas sem muito estardalhaço.

Vou repetir a palavra conforto. Essa é a sensação até quando o pé direito afunda com vontade no pedal. A paisagem passa rápido, a velocidade vai subindo e o corpo é empurrado para trás, mas com uma maciez impressionante. Nada muito visceral, mas igualmente intenso.

Vale destacar também a precisão do sistema de freios Brembo, que ancora o carro – concordo que a expressão soa de modo estranho, mas foi assim que me senti – e dá total segurança. Ainda temos o controle de tração, que não limita o desempenho a todo momento.

Um sucesso comercial remodelado para nosso tempo. O Camaro voltou com tudo, reunindo o melhor dos clássicos e sem alguns problemas crônicos de outras épocas. A emoção é a mesma e a carroceria é muito parecida. Agora sim, com todo mérito, os muscle cars voltaram pra ficar.

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O maior e mais antigo canal de carros clássicos do Brasil.
Renato Bellote, 46, é jornalista automotivo em São Paulo e colunista dos portais Supertopmotor, Autoo e Carsughi. Nesse canal traz avaliações a bordo de clássicos, superesportivos, picapes e modelos atuais do mercado.

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4 comentários em “Camaro SS: andamos em um exemplar exclusivo no país Deixe um comentário

  1. Pois é imagina se ele 'transformasse' no Bumblebee? Faria a festa paraas crianças (rs)…Bellote parabéns pela reportagem, pelos belos clicks (sobretudo o dos pormenores)uma oportunidade de dar inveja a qualquer repórter automobilístico!(Ps: inveja no sentido de admiração)Na verdade desde o início dos anos 1990 que as três grandes pensava em ressuscitar seus 'cavalinhos de batalha', na época o Mustang iria morrer, a Ford marcou audiência com clientes de confiança que deram sugestão e vestiram o Mazda RX-7 de Mustang em 1994, um ano antes no Salão de Detroit a Ford havia apresentado o Concept Mustang Mach III, e a GM havia revelado a quarta geração dos Chevrolet Camaro e o Pontiac Firebird que durou até 2002 quando a GM anunciou que encerraria a produção de seus bravos modelos. Porém uma reviravolta aconteceria quando a Ford revelou no mesmo ano o Thunderbird totalmente inspirado na primeira versão do modelo de 1955,e o Ford GT concept. Dois anos mais tarde a Ford apresentou o Mustang Concept inspirado nos velhos modelos dos anos 1960, aí a Dodge apressou-se e lançou o novo Charger, sem tantas inspirações no antigo modelo, mas isso foi resolvido no Challenger, restou a GM ressuscitar o Camaro, pena não ter dado tempo para a Pontiac lançar o Firebird do século XXI!abs.ALYSSON PRADO \”BALO\”

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  2. Bellote adoro seus videos pois vc nao fica falando o carro é isso o carro é aquilo,vc apenas mostra o mais importante o carro,mas poderia melhorar se tivesse um jeito de vc filmar on board no banco do motorista.

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