Corcel GT: o esportivo nacional sob medida da Ford

“Corcel cor de mel, Mustang cor de sangue”, dizia a letra de Marcos Valle que fez muito sucesso nas rádios brasileiras. De fato, o Corcel chegou ao mercado para se tornar uma referência da qualidade Ford, com espírito Renault, durante as décadas de 60, 70 e 80.
Naquela época a Volkswagen dominava mais de 70% do mercado com seus modelos refrigerados a ar. Parece absurdo, mas a confiabilidade mecânica desses propulsores boxer realmente alcançou seu ápice com vários modelos diferentes.
Mas o Corcel chegava para ser diferente e apresentava algo singular. O modelo tinha inspiração no primo Mustang com diferenciais que chamaram a atenção do público. Aliás, foi também o responsável pelo primeiro recall da indústria automobilística nacional.
Já pensando no espírito esportivo a marca lançou o XP. A versão trazia detalhes mais agressivos, rodas com desenho exclusivo e também instrumentação completa no centro do console para quem gostava de monitorar o funcionamento.
Aliás, aqui cabe uma ressalva interessante. Instrumentos como voltímetro, pressão de óleo e temperatura de óleo, presentes em alguns esportivos do passado, são algo raro dos carros de hoje em dia. Alguns atuais não têm nem o termômetro, algo preocupante.
O GT substituiu a versão XP alguns anos mais tarde. Trazia o mesmo estilo esportivo, realçado pela traseira preta, mas deixando de lado o scoop, com o motor de 1,4 litro e 85 cv, bem calibrado para a época. Guiar um Corcel é uma boa experiência. E após alguns minutos ao volante notamos a ótima ergonomia, câmbio em boa posição e a valentia do motor Renault. Três ingredientes que fazem do carro um belo clássico nacional.
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Renato Bellote, 41, é jornalista automotivo em São Paulo e colunista do portal IG. Nesse canal traz avaliações a bordo de clássicos, superesportivos, picapes e modelos atuais do mercado.
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