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ALFA ROMEO 2300: O NACIONAL IMPORTADO

O título da matéria já diz tudo: o nacional importado. Essa foi a percepção geral tanto dos consumidores quanto da imprensa especializada quando a Alfa Romeo lançou o 2300 no Brasil, em 1974. Há exatos 51 anos chegava o carro sem paralelo em termos de luxo e requinte.

O modelo foi o único da marca italiana produzido fora da Itália. Isso por si só já é algo fantástico. Especialmente se pensarmos em um período pré-globalização, no qual as marcas estavam completamente comprometidas com o desenvolvimento de projetos em seus próprios países.

Inicialmente e durante alguns anos o 2300 foi produzido na fábrica da FNM em Xerém, estado do Rio de Janeiro. No final da década de 70 a Fiat assumiu a operação e mudou a produção para Betim, onde fica o complexo industrial dos modelos da marca. Vale ressaltar que essa mudança acabou sendo positiva para o carro, que ganhou em qualidade de construção e também de materiais.

O Alfa Romeo 2300 era caro. Aliás, muito caro. Por isso a suas vendas acabaram sendo bastante restritas. O público-alvo era o executivo ou empresário bem-sucedido que gostava de algo refinado e cheio de requinte, como me referi no primeiro parágrafo. 

E não era algo apenas estético. O modelo trazia inovações e características que os similares nacionais só trariam duas décadas mais tarde. Freios a disco nas quatro rodas, câmbio de cinco marchas e saída de ventilação para os passageiros no banco traseiro são apenas três delas. Vale lembrar que até a década de 2000 os modelos da Honda vendidos  por aqui não tinham essa última opção de conforto.

Além disso vale destacar o painel extremamente completo para o padrão de época. Todas as informações mais importantes eram mostradas de maneira analógica para o motorista de modo a conduzir a macchina da melhor forma possível. E também o volante escamoteável, outra novidade inédita no país.

Guiar um deles é muito satisfatório. O motor de 2,3 litros com carburação quádrupla entrega 149 cv e uma sonoridade característica dos clássicos da marca italiana. E como toda orquestra ele precisa de um bom profissional para estar muito bem afinado para os passeios de fim de semana.

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Renato Bellote, 46, é jornalista automotivo em São Paulo e colunista dos portais Supertopmotor, Autoo e Carsughi. Nesse canal traz avaliações a bordo de clássicos, superesportivos, picapes e modelos atuais do mercado.

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