SP1: a mosca branca da Volkswagen brasileira

Cite um carro brasileiro desejado no mundo todo. Alguma sugestão? Algum palpite? Ele existe e foi fabricado pela Volkswagen no início da década de 70. Naquele tempo a marca alemã trazia apenas opções com motores boxer refrigerado a ar e toda a publicidade envolvia as vantagens desse conjunto.
No final da década de 60 a matriz deu liberdade às subsidiárias mundo afora para que desenvolvessem projetos de acordo com o gosto de cada país. No Brasil, com o mercado consumidor muito grande e um domínio nas vendas, a ideia foi muito bem aproveitada com a criação de modelos próprios que mesclaram criatividade e talento.
Podemos citar o Karmann-Ghia TC e o Brasília. Sem dúvida nenhum nenhuma dois modelos que mostraram como a capacidade dos projetistas brasileiros podia ir longe utilizando aquela mesma base mecânica. Além disso foram carros desenvolvidos pensando exatamente no consumidor local e, portanto, bem acertados.
Mas talvez a maior criação brasileira e que se tornaria um sonho de consumo extremamente valorizado nos dias de hoje seja o SP, tanto o SP1 quanto o SP2. Lançado em 1972 se tornou um objeto de desejo logo de cara.
Apesar do desempenho não ser exatamente uma de suas qualidades o desenho e o perfil baixo conquistaram a molecada. A produção total superou as 10.000 unidades. Mas e o seu irmão menor, o SP1? Ele ficou praticamente esquecido e até mesmo em segundo plano.
O SP1 basicamente trazia o mesmo design bem-sucedido do irmão. Porém o motor de 1,6 litro e o painel mais despojado sem os belos instrumentos se destacando voltados para o motorista. A potência de 65 cv acabou fazendo com que fosse uma opção mais fraca e a produção total foi de exatamente 84 exemplares, o que o torna extremamente raro.
Este é o caso do exemplar da matéria de hoje. Reparem que ainda traz o autógrafo de uma parte da equipe de design chefiada pelo genial Piancastelli. Na hora de andar confesso que não senti tanta diferença assim para o irmão mais potente, que tem 1,7 litro no motor plano, e acho que hoje em dia nem seria grande coisa. De qualquer forma ele se tornou uma ave rara e um dos clássicos mais valorizados desse momento único da Volkswagen nacional.
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Renato Bellote, 46, é jornalista automotivo em São Paulo e colunista dos portais Supertopmotor, Autoo e Carsughi. Nesse canal traz avaliações a bordo de clássicos, superesportivos, picapes e modelos atuais do mercado.
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